terça-feira, 14 de outubro de 2014

Espetáculo da Cultura em homenagem a Clara Nunes é atração nesta sexta e sábado

O espetáculo gratuito “Clara Nunes, quem ouviu e quem te vê” da Secretaria Municipal de Cultura é a dica de lazer para toda a família nesta semana, com apresentações nos dias 17 (sexta-feira) e 18 (sábado), às 20h, na Sala Acrísio de Camargo, no Ciaei. O elenco de mais de 100 integrantes inclui 20 músicos da Orquestra de Indaiatuba, 25 bailarinos do grupo da Secretaria de Cultura (oficina de jazz) e 55 cantores do Coral de Indaiatuba (oficina de canto coral). O repertório trará canções que refletem a trajetória da consagrada artista mineira, que começou interpretando boleros e canções românticas, e depois enveredou pelo samba com sucessos como “Morena D´Angola” e “Apesar de Você”. A classificação etária é livre. Informações (19) 3894-1867.
Sobre Clara Nunes
Clara Francisca Gonçalves nasceu dia 12 agosto de 1942. Aos 6 anos já era órfã de pai e mãe. Caçula, era protegida pelos outros seis irmãos. O excesso de preocupação e ciúme levou seu irmão mais velho a perder a cabeça e esfaquear um moço galanteador que estaria de namorico com Clara. O homicídio cometido pelo irmão foi uma sombra por anos na vida de Clara. Aos 14 anos, começou a trabalhar na fábrica de tecidos da pequena cidade de Caetanópolis-MG e só abandonou a rotina operária quando os compromissos musicais noite afora não mais se conciliavam com o trabalho na fábrica. A partir daí, caminhou rumo ao sonho de ser cantora. Vai, primeiro, para a capital mineira. A gravação de seu primeiro compacto foi graças ao 3º lugar na final do concurso A Voz de Ouro ABC (empresa do grupo da gravadora Odeon). Tornou-se, por isso, a mais nova celebridade em Belo Horizonte. Foi convidada para “canjas”, shows em bares, boates e clubes mineiros. Em 1966, Clara Nunes partiu para o Rio de Janeiro tentar a todo custo alavancar a carreira. No início, conseguiu pagar apenas um quartinho bem modesto. Na tentativa de abandonar o ar interiorano adotou até cabelo e roupas moderninhos, à La Jovem Guarda. No Rio, freqüentou terreiros de umbanda e candomblé e apaixonou-se, caindo nas graças da Velha Guarda da Portela. Nos anos 70, chegou a participar da Era dos Festivais. Seus primeiros discos, no estilo romântico que a gravadora insistia em gravar, foram fracassos de vendas. Por outro lado, a beleza e o carisma da moça proporcionaram convites para fotos, entrevistas, pontas no cinema e na TV.
Finalmente, em 1971, o LP Clara Nunes é um divisor de águas. Por sugestão de Clara, Adelzon Alves é quem produziu o disco. Famoso apresentador nos tempos áureos da Rádio, Adelzon reinventou Clara. Investiu no samba e, assim, deu brecha para a construção de sua imagem como cantora nacional. Clara realizou-se com esta identidade afro-brasileira. A partir daí, a morena guerreira estoura sucessos consecutivos e quebra o paradigma de que cantoras não vendiam discos.
Clara veio a falecer em 1983 por complicações de uma cirurgia de varizes. Estava no auge da carreira e apaixonada pelo seu grande amor, o marido Paulo César Pinheiro, poeta, com quem escreveu a melodramática letra de À Flor da Pele. Foi uma tragédia para os milhares de fãs. Mas a imagem da Guerreira, bem como força e alegria do seu samba, permanecem na memória e na história do samba.

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